Descrição
Os jardins da Casa da Penha são uma propriedade murada, com cerca de 4,3 ha, está localizada no topo da encosta Nascente do Monte de Santa Catarina ou, mais vulgarmente, Monte da Penha, em Guimarães, nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora da Penha.
O jardim e as construções datam do início do século XX.
O espaço foi adquirido, em 1907, por João Rodrigues Loureiro, na época, um dos maiores comerciantes e industriais do Vale do Ave. Aí, na montanha, construiu a sua casas de férias para passar alguns dias de descanso absoluto.
Surge assim uma casa do tipo “chalet” no lugar da primitiva habitação e uma casa rústica para o pessoal trabalhador na propriedade. Os jardins adjacentes, densamente arborizados, com várias estruturas de “betão naturalizado”, serão presumivelmente da autoria do Comendador Alfredo Moreira da Silva, proprietário de uma das mais prestigiadas casas na especialidade de arboricultura e floricultura da época.
O jardim é, essencialmente, constituído por labirínticos caminhos serpenteantes, delimitados por pedras de granito, sempre com o intuito de naturalização, passando por diversas estruturas em betão naturalizado, imitando troncos de madeira. Estas, hoje em dia, encontram-se cobertas de musgo devido à densa humidade, e vão desde bancos, recantos, fontes, mirantes, lago com gruta, pequenas casas de fresco, coreto e torre com ponte. No alto existem enormes formações graníticas, as penhas, que também servem de recantos de estar com bancos e mesas que surgem perfeitamente integrados na natureza.
No topo da propriedade encontramos um grande tanque que acumula água para rega e alimentação das fontes por gravidade. Junto a este tanque rodeado de bambus, deparamos com uma construção inacabada denominada “moinho”, da qual não se conhece exatamente a finalidade.
“Estamos perante um valor paisagístico de enorme relevância. Consideramos mesmo que a singularidade do Parque da Penha extravasa o Norte de Portugal - retirando os conjuntos que se encontram na Serra de Sintra - estamos na presença de um exemplar único no contexto nacional.
(...)
-De facto, a integridade, ainda hoje presente, do conceito que presidiu ao plano inicial e que assenta numa linguagem pitoresca ou pinturesca - a procura de construir, nas quatro dimensões, uma pintura - , à qual se associa o gosto pelo exotismo, aqui sobretudo sublinhado pela presença da vegetação exótica, torna o Parque da Penha um conjunto relevante no panorama do património paisagístico português”.
(*) Parecer da Arquiteta Paisagista Aurora Carapinha que, desde 1995, é doutorada em Artes e Técnicas da Paisagem pela Universidade de Évora, onde é professora auxiliar do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento.
{NOTA}
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